quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O cogito de Descartes no Digimundo


Esse texto tem por finalidade o debate de características filosóficas ocidentais do filosofo René Descartes, dentro do anime Digimon, o texto segue com uma contextualização da linha de pensamento do trabalho, a apresentação do anime e por fim o debate das ideias levantadas durante a leitura do texto.
René Descartes, filósofo do século XVII, nos trás uma das mais célebres e polêmicas expressões filosóficas, “Penso, logo existo”, que se trata da conclusão do “argumento do cogito” (do latim cogito, “penso”). Argumento no qual o filosofo estabelece os fundamentos da construção do “edifício do conhecimento” através da refutação do ceticismo.
Este argumento se baseia em três níveis de intensidade crescente. O primeiro argumento que Descartes nos trás é que a principal fonte de conhecimento do homem são os sentidos. Sendo estes facilmente enganados, e podem nos equivocar em qualquer experiência da percepção dos sentidos. Ele trás consigo uma dúvida a respeito dos sentidos, pois hora fala que não devemos confiar em nossos sentidos, contudo, são a principal fonte nosso conhecimento sobre o mundo natural. E que nem sempre os sentidos nos enganam, havendo momentos em que parecemos ter certeza do que percebemos.
O segundo argumento utilizado por Descartes para o argumento do cogito e a radicalização da dúvida. Ele trás que não possuímos um critério seguro para distinguirmos o sonho da vigília, e tudo o que acreditamos perceber pode estar ocorrendo em nível de sonho, sem ter uma relação com a realidade externa. Trás ainda que o que é ilusório é o tipo de percepção que temos, e não propriamente aquilo que percebemos com suas formas e cores. Ele fala ainda que mesmo imagens fantásticas que temos em nossos sonhos, possuem sua base no real, como em características gerais como cores, formas, quantidade e grandeza, a partir de qual foram geradas. Características essas comuns aos sonhos e realidade (percepção quando acordado) parecem “existir objetivamente” tanto à vigília quanto ao sonho.
No terceiro argumento Descartes leva sua dúvida as últimas consequências. As questões partem da hipótese de um deus criador que “tudo pode e me criou tal como sou”, e que nossas crenças estão de acordo com o modo de tal forma como fomos criados. E que poderíamos ter sido criados por um deus enganador, uma espécie de “gênio maligno” que me enganasse a respeito da existência de todas as coisas. Sendo este um elemento externo, todo poderoso que pode até mesmo penetrar no meu mais profundo interior e criar ilusões a fim de me enganar, a única forma de se preparar contra esse deus enganador seria suspendendo seu juízo sobre todas as coisas, e permanecendo sempre na dúvida.
Digimons, monstrinhos virtuais, foram criados no começo dos anos 90 por Aki Maita, foram originados a partir dos Tamagotchi, este que fizeram grande sucesso no mundo e inclusive aqui no Brasil. Pensando nos garotos, Aki Maita teve a brilhante idéia de coloca-lós para lutar, pois segundo ela garotos adoram lutas. Surgiram então os digimons em 1996.

Digimon anime que se passa em um mundo paralelo a terra, criado a partir das redes de computadores da terra, habitado por diversas formas de vida, denominados digimons. A trama começa quando crianças chegam ao mundo virtual e os digimons ajudam-lhes a voltar para a vida na terra, durante o percurso se envolvem em diversas aventuras e batalhas.
A primeira questão levantada pelo argumento do cogito e a percepção do mundo através dos sentidos, então seriam os digimons reais? Pois, eles são percebidos pelos humanos a sua volta como seres pensantes, além disso, eles têm uma percepção de si e do mundo a sua volta através dos sentidos, “... embora sejam feitos de dados, eles podem chorar, sorrir e lutar assim como nós...” Questionando Descartes um Digimon lhe perguntaria: “Penso! , logo existo?”.
A segunda questão que levanto é: será que toda a estória não se passaria apenas nas mentes das crianças durante o seu sonho? , pois Descartes alerta que não possuímos um critério para distinguir o estado de vigília do sonho. Outra hipótese aceitando que o digimundo se passasse em nível de sonho. Como as crianças saberiam que aquilo que viram em seus sonhos seria de fato um digimon? Descartes fala que mesmo imagens fantásticas que possuímos em nossos sonhos têm uma base no real. Então parecem eles “existir objetivamente”.

A última questão que levanto com base na terceira parte do argumento do cogito é: Seriam os digimons fruto da imaginação das crianças que lhes criaram assim como são? Assim, deixo em aberto agora o espaço para quem quiser comentar a respeito do tema, ou mesmo expressar sua opinião sobre os digimons.

Um comentário:

  1. Eu quero um digimon 可愛い!! ははは Não, sério... Renatus Cartesius foi um gênio ... é interessante como o próprio método científico que ele fundamentou criou subterfúgios a posteriori para refutar seus próprios argumentos ... Afinal A razão depende dos sentidos.... Argumento comprovado cientificamente em 66 numa universidade canadense... McGill se não me engano... privado de nossos sentidos simplesmente deliramos.... sonhamos mesmo que contra a vontade.... Só o modo como o cérebro reage aos estímulos... e se estamos dentro dele... e ele surta.... nós vamos jutos...Ou talvez seja sistema de defesa.... Enfim .... talvez mett, tay, sora e seus amigos tenha ficado inconscientes e a neve deve ter provocado dormência... logo, delírio.... Se o fenômeno do delírio coletivo ainda não é bem entendido... não quer dizer que não possa dar boas idéias.... ou horripilantes..... quem sabe não somos ezquizofrenia divina em um banho gelado? Então quem é delírio de quem ou sonho de quê? filme recomendado: Inception (2010) Hasta amigos!

    Ps: acho que tem spoiler aê, doido!

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